segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Subir ou Descer do Salto???

Olá a todos!!!

Final de ano chegando e com ele, as festanças, o que implica em vestir-se elegantemente, principalmente as mulheres. Portanto, este artigo é carinhosamente dedicado à elas. Boa leitura!!!

   Na hora de subir no salto, muito cuidado! Usar salto alto, sem dúvida, deixa a mulher mais bonita, mas também pode causar alguns problemas, principalmente para quem fica em cima do salto o dia inteiro, em pé e, pelo jeito, as mulheres andam preferindo ficar bonitas a cuidar da saúde.
   Dores nos joelhos, como tendinites, devido à sobrecarga causada pela posição em que o pé fica quando se usa salto alto, além do agravamento quando a mulher já tem problemas nas articulações, levando a quadros dolorosos, são apenas o começo dos problemas de quem utiliza salto alto sem moderação. Pessoas mais idosas, que já têm quadro de artrite, costumam sentir muitas dores quando abusam do salto.
   A coluna também é atingida quando as mulheres usam sem moderação o salto alto. Ocorre o aumento da incidência de lordose (quando se tem o bumbum empinado e os ombros para trás, dando o aspecto de um "c"), o que leva a pessoa a ter lombalgias (dores nas costas, perto do bumbum) e conseqüentemente a cifose compensatória (colocar os ombros para frente, o que acaba fazendo aparecer uma "barriguinha"). O tratamento para estes males pode ser feito com a osteopatia, que promove a liberação dos tecidos e fáscias (fina membrana que recobre os músculos). O uso constante dos saltos promove o encurtamento dos músculos posteriores do corpo, pois a elevação do calcanhar deixa o corpo em desequilíbrio, alterando o centro de gravidade corporal. Os mais castigados são os pés. São eles que suportam todo o peso do corpo e o uso constante de salto desbalanceia a estrutura, elevando o calcanhar e depositando maior parte do peso sobre a parte da frente do pé e sobre os dedos. O uso constante do salto alto, ou seja, mais de 50% dos dias da semana, pode causar ainda uma inflamação chamada fasceíte plantar (também chamada fascite plantar) e também ocasionar o surgimento de um nódulo entre o segundo e o terceiro dedo do pé chamado de neuroma de Morton, que causa dificuldades no movimento dos dedos. 
   As torções de tornozelos são o problema mais freqüente e são mais comumente associadas ao uso dos saltos tipo plataforma, podendo, inclusive, causar fraturas.
   O tratamento osteopático inclui manobras de Holfing, uma massagem profunda para liberar a fáscia e a musculatura, além de muito alongamento, liberação da aponeurose (encontro de várias fáscias) lombar que é o ponto de inserção de vários músculos. Se o paciente for disciplinado, as chances de melhora no quadro e também na postura é próxima de 100%. Mas, para isso, é importante deixar de usar salto ou diminuir o tamanho. O uso indiscriminado de salto alto pode também causar problemas mais graves, como o encurtamento do diafragma, dificultando a respiração e problemas no nervo ciático, que acaba deixando o paciente acamado devido às dores na coluna e nas pernas.
   USAR OU NÃO - A ausência de salto, com a utilização das rasteiras, que continuam em alta, principalmente na região de Araçatuba, onde faz calor o ano inteiro, é recomendada para quem não tem problemas nos pés. No entanto, existem casos em que é necessário o uso de um pequeno salto para aliviar sintomas. Para quem tem "esporão de calcâneo" (sente dores no calcanhar), o uso de um salto com cerca de dois centímetros pode aliviar a dor, uma vez que desviará o peso do calcanhar para os dedos, sem descompensar o equilíbrio do corpo. 
   A questão não é deixar de usar o salto, mas saber usá-lo com moderação e escolher sempre o modelo mais adequado (ver box) para usar durante o dia. Não é preciso dispensar o salto agulha, mas também não é aconselhável fazer dele parte oficial do figurino do dia-a-dia. O mais importante é ter bom senso e utilizar sapatos compatíveis com o tipo de pé que se tem. Mulheres com pés mais largos devem procurar sapatos com formas mais largas. Outro ponto importante é observar se o bico do sapato começa a afinar depois que acaba o dedão, formato que é mais comum ultimamente. O sapato deve ficar muito bem adaptado ao pé e ser trocado de um dia para o outro. Para quem fica muito tempo em pé, pode ser aconselhável trocar o sapato no meio do dia, evitando a formação de calos e joanetes devido ao atrito freqüente no mesmo local.
   Existem horas em que descer do salto não é uma questão de falta de classe, mas sim, de saúde. Afinal, toda mulher sente-se poderosa quando bem equilibrada em um lindo salto agulha e ninguém quer parar de usá-lo. 

Veja qual o salto mais adequado para você.

Cada tipo de sapato tem seus contras, sendo os prós, os efeitos que eles causam no ego feminino:

Salto agulha e bico fino - em alguns casos, o joanete pode ser causado pelo bico fino, tanto que a incidência é dez vezes maior em mulheres. O peso do corpo força os dedos para frente que são "espremidos" pelo bico do sapato, modificando a anatomia do pé com o uso constante. Solução para o problema? Dependendo do grau do joanete, o tratamento pode ser medicamentoso e fisioterapêutico ou, em casos extremos, cirúrgico, para realinhar o dedo.

Salto agulha - o salto muito fino força ainda mais o corpo para frente (já que ninguém quer interromper a noite por causa do salto quebrado!). O maior cuidado em não apoiar no calcanhar faz com que as mulheres caminhem a noite toda quase "na ponta dos pés". Resultado: talalgia, calos, joanetes, tendinites.

Anabela - um pouco mais confortável e menos maléfico do que os anteriores. No entanto, se for muito alto, também causa problemas nos joelhos, tornozelos e pés. É mais recomendado, mas ainda não é o melhor tipo de salto para passar o dia.

Plataforma - de todos os modelos, é o mais confortável para os pés, sendo indicado para uso durante o dia, para aquelas que não dispensam o salto. O problema: aumenta o risco de lesões por torção, que são as mais graves e que levam grande número de pacientes ao médico, ocasionando inclusive fraturas.

Conselhos do Dr. Eduardo:

* moderar o uso de salto, deixando para ocasiões especiais;
* se você não vive sem salto, opte por modelos tipo plataforma ou anabela;
* evite, em qualquer hipótese, sapatos de bico fino ou apertados;
* em casa, ande descalço ou de chinelos;
* procure comprar sapatos com palmilhas que amorteçam o impacto;

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Será que um tapinha não dói?

   Olá a todos!
   Quem não ouviu um hit chamado "Um tapinha não dói" que infestou o país há uns anos atrás? Pois é, o tema de hoje é bem sugestivo para aqueles pais que buscam seus filhos na escola, colocam-los no banco de trás e, diante de uma briga dos filhos, gira o braço para trás e dá aquele famoso tapinha para sossegar as ferinhas.
   Hoje falarei a respeito de uma situação que me deparei em atendimento clínico a uma paciente, de 37 anos, mãe de dois filhos, onde a mesma chegou ao consultório relatando formigamento em todo o membro superior direito, principalmente nos dedos indicador, médio e anelar.
   Durante a avaliação a paciente relatou a situação que descrevi no início do artigo. Automaticamente, como todo osteopata, imaginei a cena e rapidamente visualizei o problema. Eu explico como.
   A articulação do ombro é formada por 3 ossos: a escápula, que localiza-se nas costas e que antigamente era chamada de omoplata; a clavícula, que localiza-se entre o pescoço e o ombro; e o úmero, que é o osso que liga nosso braço ao tronco.
Articulação do ombro com plexo braquial
passando à frente do úmero.
   O úmero possui uma cabeça arredondada que se encaixa (e grave bem isso -"encaixa"- pois falaremos adiante a respeito) em um "buraco" da escápula, chamado cavidade glenóide, e a cabeça é mantida dentro dessa cavidade por diversos ligamentos (entenda que ligamentos são cordões resistentes e inelásticos que unem e estabilizam os ossos em uma articulação). Ainda pela articulação do ombro, na região anterior, passam os nervos (plexo braquial) que saem do pescoço e inervam todo o nosso braço, como podemos ver na figura ao lado.
   Lembra que eu pedi para gravar a palavra "encaixa"? Pois bem, como eu disse, toda articulação do nosso corpo trabalha com "encaixes" e tudo que encaixa também se desencaixa. Quando ocorre o desencaixe de um osso de uma articulação cria-se uma situação chamada de luxação e esta luxação pode ser de grande proporção (macroluxação - tratada pelo médico) ou pequena proporção (microluxação - tratada por osteopatas) . No caso relatado no início do artigo, o que a paciente teve foi uma microluxação para a frente da cabeça do úmero em relação à cavidade glenóide. Provavelmente isso decorreu do impacto da mão dela contra os filhos. Como a cabeça do úmero veio para frente com o impacto, os nervos que passam à sua frente foram comprimidos e isso causou um processo inflamatório deles com dor irradiada por todo o braço.
   Diante disso, qual foi o tratamento? Simples: manipular a cabeça do úmero para trás, descomprimindo os nervos do plexo braquial e aguardar por alguns poucos dias a desinflamação dos nervos e a volta ao normal de todo o segmento. Após 10 dias a paciente retornou ao consultório e já não apresentava mais sinais de formigamento tampouco inflamação.



   Bom meus amigos(as), com isso vemos que um tapinha pode não doer em que recebe mas pode doer sim em quem o dá!

  Um forte abraço, saúde, sucesso para todos(as) e até o próximo artigo!


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Com carteira no bolso, NÃO!!!

    Olá meus amigos e minhas amigas. 
   Hoje abordarei um assunto que acomete tanto homens quanto mulheres - os homens porque além de andarem, sentam com a carteira no bolso de trás da calça, do shorts ou da bermuda. As mulheres porque, com a modernidade, andam e sentam com o celular no bolso de trás. Acredite, você está causando um mal danado à sua cintura pélvica quando se senta com carteira ou celular no bolso de trás. Eu explico o porquê.
Figura 1 - Cintura Pélvica
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  A nossa cintura pélvica (ou quadril, ou ainda bacia, como é popularmente conhecida) é formada basicamente por três peças ósseas - dois ilíacos (direito e esquerdo) e o osso sacro (parte final da nossa coluna vertebral), como vemos na Figura 1 ao lado. O osso ilíaco é uma peça óssea de tamanho grande e é dividido em três regiões - ílio, também chamado de asa do ilíaco (situado na parte superior), ísquio (situado na parte inferior) e púbis (situado na região anterior), visualizado na Figura 2, e que se articula com o osso sacro através da articulação sacrailíaca (também chamada iliossacral), como vemos na Figura 3, abaixo.

Figura 2 - Ilíaco -Vista Medial -
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Figura 3 - Articulação Ilíossacral
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   O ilíaco é fortemente unido ao sacro por meio de diversos ligamentos, como mostra a Figura 3, no entanto, apesar destes ligamentos estarem unindo firmemente o ilíaco ao sacro, eles permitem que o ilíaco se mova 2 milímetros para frente e 2 milímetros para trás dando um certo "rebolado" ao nosso caminhar. Se estes movimentos não existissem, nós andaríamos duros como robôs. Veja no vídeo o movimento do ilíaco em anterioridade e posterioridade.


Figura 4 - Formação do Nervo Ciático
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  Pela articulação sacroilíaca passam as raízes nervosas das vértebras L4, L5, S1, S2 e S3 que formam o famoso nervo ciático e que é recoberto por diversas camadas musculares como os músculos glúteos médio e máximo - Figura 4.
  Quando estamos caminhando com a carteira ou celular no bolso traseiro estes objetos causam uma compressão às raízes nervosas, que formam o ciático, e aos músculos do glúteo. A movimentação do ilíaco para frente e para trás fica parcialmente comprometida neste momento. Quando a pessoa senta com estes objetos no bolso de trás a compressão é ainda maior e estes objetos irão empurrar ainda mais o ilíaco para frente ou para trás, dependendo de como a pessoa está sentada, causando uma tensão muito grande nos ligamentos, músculos do glúteo e nas raízes nervosas. Além da tensão causada pela compressão da carteira ou do celular, ocorre ainda a falta de sangue na região, o que implica diretamente na falta de oxigênio também, uma vez que o oxigênio é transportado pela corrente sanguínea. De um modo figurativo, imagine o que acontece quando pisamos em uma mangueira conectada a uma torneira aberta. A quantidade de água que sairá será bem menor, não é mesmo? Pois é, os objetos no bolso de trás comprimem os vasos sanguíneos da região não permitindo que o sangue passe por ali. A falta de fluxo sanguíneo associada a falta de oxigênio no local causa acúmulo de resíduos tóxicos originados do metabolismo corporal e começa então a causar formigamento e dores irradiadas para a perna abaixo. Em algumas situações a retirada do objeto traz alívio imediato e as dores desaparecem rapidamente. Agora, caso a dor persista, pode ser que o ilíaco tenha ficado "preso" em anterioridade (primeiro vídeo abaixo) ou posterioridade (segundo vídeo abaixo).



    Se você tiver um ilíaco preso em anterioridade ou posterioridade não adianta tomar remédio porque a dor é apenas um sintoma e não a causa de tudo. O remédio irá agir na dor e, quando passar o seu efeito, a dor voltará. Você só terá alívio se utilizar-se de uma técnica que aja diretamente na causa (que aqui é o ilíaco fora do lugar), e isso, você só conseguirá com a manipulação de um osteopata que irá recolocar o ilíaco no lugar aliviando todas as suas dores.
  Portanto meus amigos e minhas amigas, carteira e celular no bolso de trás na hora de sentar, não! Caso contrário, irão conhecer uma dorzinha muito chata.
   Um forte abraço a todos e até a próxima publicação.
   Atenciosamente,
   Dr. Eduardo Antonietto

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coluna Lombar e Suas Peculiaridades

   Olá meus amigos e minhas amigas. Após um tempo ausente, por forças maiores, aqui estou novamente para trazer mais conhecimento a respeito do seu corpo para vocês. Hoje falaremos sobre a coluna lombar. Você sabe o que é coluna lombar e onde ela está localizada?
   A coluna lombar é uma região da nossa coluna vertebral e está localizada na parte baixa da coluna, acima das nádegas. É constituída por cinco vértebras sobrepostas (L1, L2, L3, L4, L5 - O "L" vem de "L"ombar)  e que permanecem unidas por um sistema ligamentar e muscular que permite-lhe ter mobilidade e flexibilidade.  A lombar apresenta uma curvatura denominada lordose lombar que se evidencia quando a criança começa a andar e a assumir a postura ereta. Esta curvatura, geralmente mais evidente nas mulheres, termina no ângulo lombossacral, formado na junção da vértebra L5 com o osso sacro, que fica abaixo da região lombar, como mostra a Figura 1.
Figura 1 - Vista lateral da coluna vertebral
   A vértebra é composta de: 1) Corpo Vertebral: parte mais anterior e mais maciça do osso, que dá resistência à coluna vertebral e suporta o peso do corpo. Nas vértebras lombares estes corpos são mais maciços pois suportam o peso corporal na extremidade inferior da coluna vertebral. Os corpos vertebrais, vistos de cima, têm a forma de um feijão; 2) Pedículos: são processos ósseos sólidos e curtos que unem o corpo vertebral à região posterior da vértebra, que é constituída pelos processos articulares, transversos e espinhosos. Projetam-se posteriormente para encontrar duas placas achatadas que são as lâmimas; 3) Lâminas: permitem a união entre os pedículos, processos transversos (também chamada de apófise transversa) e processo espinhoso (também chamado de apófise espinhosa); 4) Processos Transversos: projetam-se póstero-lateralmente a partir da junção dos pedículos e das lâminas. São longos e finos. Na face posterior de cada processo transverso está um pequeno processo acessório que recebe a inserção dos músculos intertransversários (músculos que vão do processo transverso de uma vértebra ao processo transverso de outra vértebra); 4) Processo Espinhoso: é extremante comprido e fino na ponta. Projeta-se posteriormente a partir do arco vertebral, na junção das lâminas. São curtos, robustos, espessos e largos, direcionados para trás. Apresentam inserções dos ligamentos interespinhosos, supra-espinhosos e aponeurose lombrossacra; 5) Processos Articulares: situados entre os pedículos e lâminas superiormente e inferiormente, fazem parte dos elementos posteriores. As facetas articulares superiores são côncavas e dirigidas póstero-medialmente (ou medialmente), ou seja, para trás e para dentro. As facetas articulares inferiores são convexas e dirigem ântero-lateralmente (ou lateralmente), ou seja, para frente e para fora. Todas essas estruturas podem ser vistas abaixo, na Figura 2.
Figura 2 - Estruturas anatômicas de uma vértebra
Clique na figura para aumentar o tamanho
Movimentos da Coluna Lombar:
   A coluna lombar realiza movimentos de látero-flexão (inclinação do tronco para o lado) em amplitude de 20°, rotação lateral com amplitude de 5°, flexão (inclinação do tronco para frente) com amplitude de 30° e extensão (inclinação do tronco para trás) com amplitude de 5-7°. Na inclinação lateral do tronco para a direita, o disco intervertebral desloca-se para a esquerda e vice-versa. Na flexão de tronco o disco desloca-se para trás e, na extensão de tronco, o disco desloca-se para frente. Todos estes movimentos são limitados por ligamentos (fibras resistentes e inelásticas) sendo um, anterior, e quatro, posteriores. O ligamento anterior limita a extensão do tronco e é chamado de Ligamento Longitudinal Anterior. Os ligamentos posteriores limitam o movimento de flexão do tronco - são eles: Ligamento Longitudinal Posterior, Ligamento Amarelo, Ligamento Interespinhal e Ligamento supra-Espinhal. A combinação do ligamento anterior com os ligamentos posteriores limita as rotações laterais do tronco. Veja abaixo a localização de cada ligamento.
Clique na figura para aumentar o tamanho

Pronto, essa é a sua coluna lombar. Agora você já conhece um pouco mais dela. Abraços e até a próxima.
Atenciosamente,
Dr. Eduardo Antonietto

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A arte de não adoecer - por Dr. Dráuzio Varella

Olá meus amigos e amigas,
Esta semana compartilho com vocês um texto muito simples e pequeno mas, extremamente profundo e verdadeiro, escrito pelo Dr. Dráuzio Varella. Leiam, reflitam e compartilhem. Abraços e até a próxima.

A arte de não adoecer
Dr. Dráuzio Varella


Se não quiser adoecer ..."Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.


Se não quiser adoecer..."Tome decisão"
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.


Se não quiser adoecer... "Busque soluções"
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.


Se não quiser adoecer... "Não viva de aparências"
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.


Se não quiser adoecer... "Aceite-se"
A rejeição a si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.


Se não quiser adoecer..."Confie"
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.


Se não quiser adoecer... "Não viva sempre triste"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.





Abraços.
Att.
Dr. Eduardo Antonietto

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Entendendo a Osteopatia e Sua Origem.

Olá a todos!
     Se um dia você já necessitou realizar sessões de Fisioterapia e ficou frustrado(a) porque o profissional colocou apenas aparelhinhos em você e não resolveram muito, saiba que durante a faculdade essa frustração também me perseguiu. Pelo lado profissional eu não me animava em nada depender de aparelhos para o tratamento dos meus pacientes. Durante os últimos dois anos de faculdade realizamos estágios para nos prepararmos para a vida profissional e eu senti-me limitado demais dependendo daqueles aparelhos. Foi então que decidi buscar novas técnicas em que eu não ficasse refém de aparelhos terapêuticos e acabei encontrando a Osteopatia, uma benção em minha vida, diga-se de passagem. Se você procurar o significado de Osteopatia irá encontrar algo como "doença óssea" ou "doenças do osso" mas a verdade é que não devemos tentar entender o significado da palavra e sim o que é a técnica e como ela funciona. A Osteopatia é uma técnica realizada somente com as mãos e que atua sobre desordens e disfunções do nosso corpo. Ela se divide em estrutural, craniana e visceral. A osteopatia estrutural visa trabalhar articulações da coluna vertebral e articulações periféricas (ombro, cotovelo, punho, mão, joelho, tornozelo e pé). A osteopatia craniana trabalha disfunções do crânio (enxaqueca por exemplo) e a visceral trabalha disfunções das vísceras (gastrites, intestino preso, problemas no útero, e por aí vai).  Mas hoje falarei apenas da osteopatia estrutural. As articulações do nosso esqueleto são justas e firmes graças a ligamentos, tendões e cápsulas que as cruzam porém, caso esta articulação sofra uma pancada ou realize um movimento incorreto, ainda que simples, ela pode sair e permanecer fora de lugar causando o que dentro da osteopatia chamamos de microlesão. Essas microlesões começam a produzir dores locais ou irradiadas em forma de queimação, pontadas ou até mesmo aquilo que o paciente define como uma dor indefinida.
Dr. Andrew Taylor Still
     A técnica foi inventada pelo médico norte-americano Andrew Taylor Still em 1874. Na época, o médico se viu frustrado por não conseguir tratar seus pacientes com a medicina tradicional. Convocado para servir as tropas americanas nas frentes de batalha, Still não conhecia formas de aliviar as dores dos soldados com a sua medicina medicamentosa (qualquer semelhança com você tomar remédios e não ter sua dor sanada não é mera coincidência - você é um bom paciente para experimentar a osteopatia, acredite!). Still também perdeu três filhos vítimas de uma forte virose. A partir daí, o médico começou a estudar cada vez mais o corpo humano.
     Seguindo registros históricos, atendendo a crianças com diarreia e que tinham o abdômen quente e a testa fria, o profissional percebeu que ao fazer movimentos circulares com a mão no abdômen da criança, a dor parava. Quando tinha dores de cabeça, Still tinha o hábito de repousar a cabeça sobre uma corda estendida e, após alguns minutos com a nuca sob pressão, a dor desaparecia. O médico percebeu que era possível, através do toque manual, modificar o comportamento dos tecidos e que as doenças tinham uma relação estreita com a estrutura corporal. Após anos de pesquisas, ele anunciou os princípios fundamentais nos quais se baseava a prática de sua medicina e que eu destaco alguns deles agora: (1) A estrutura governa a função; a função por sua vez, determina a estrutura; (2) Princípio da auto-cura; (3) Segmento facilitado;  (4) A estrutura viciosa é a causa fundamental das doenças e (5) Lei da Artéria de Still.
     Não desespere-se caso não tenha entendido bulhufas do que acabei de escrever. Eu explico! Vamos por partes - o princípio (1) diz que "a estrutura governa a função e esta por sua vez determina a estrutura" - a estrutura aqui é o nosso esqueleto e a função são os movimentos. Caso uma articulação (entenda por articulação o local onde dois ou mais ossos se juntam e se movem)  esteja "fora do lugar" como disse anteriormente, o movimento daquela articulação ficará comprometido e gerará dor. A dor por sua vez, não permitirá que você realize movimentos completos forçando-lhe a diminuir a movimentação daquela articulação. O princípio (2) fala sobre a auto-cura. O nosso organismo tem uma tendência constante em direção à saúde, isto é, sempre está buscando o melhor para si. Se ficamos resfriados, podemos ficar sem tomar medicamentos que o nosso organismo dará um jeito de eliminar esse problema, pode demorar, mas sara. Com a(s) articulação(ões) fora do lugar e a dor que surge a partir dela(s) acontece o mesmo, não importa o que o organismo tenha que fazer, mas ele dará um jeito de fazer você parar de sentir dor ou ter, pelo menos, um alívio. O problema é que para o organismo fazer isso, ele irá sacrificar articulações e tecidos (músculos, ligamentos, tendões, etc...) ao seu redor e aí as lesões vão se complicando ainda mais.
Figura 1
O princípio (3) fala  do segmento facilitado. O nosso nervo é como um fio de eletricidade porém, ao invés de termos o polo positivo e negativo, temos a via aferente (você pode encontrar na internet ou em livros  a mesma via sendo chamada de via sensitiva, fibra sensitiva ou neurônio sensitivo- entenda por neurônio a célula nervosa que conduz impulsos nervosos) e a via eferente (também chamada de via motora, fibra motora ou neurônio motor) como mostra a Figura 1.
     Quando um estímulo doloroso é criado (ex: espetar a ponta do dedo), a via aferente conduz o estímulo até a medula espinhal onde encontra uma via de associação que irá retransmitir o impulso para a via eferente em forma de dor. Automaticamente você produz uma resposta movimentando sua mão daquele lugar para se proteger, como mostra a Figura 2.
Figura 2
     A nossa coluna vertebral é formada por estruturas ósseas chamadas vértebras. Lateralmente a essas vértebras nós temos os nossos nervos saindo de um "buraquinho" chamado forame de conjugação. Esse forame é quase um círculo, onde a metade superior deste círculo pertence a vértebra de cima e a metade inferior pertence à vértebra de baixo, como podemos ver na Figura 3.
Figura 3
     Quando nos movimentamos o forame de conjugação diminui e aumenta o seu diâmetro normalmente porém, algumas vezes, uma dessas duas vértebras sai do seu lugar correto causando uma diminuição no diâmetro do forame o que causa um pinçamento do nervo. A partir do momento que o nervo é pinçado pelo estreitamento do forame, os sinais aferentes e eferentes são aumentados (ficam hiper-estimulados) o que causa uma modificação na estrutura (ex: músculo, víscera ou qualquer outra estrutura) inervada por esse nervo. A isso, damos o nome de Segmento Facilitado. O princípio (4) da osteopatia diz que a estrutura viciosa é a causa fundamental das doenças. Isto significa que quando temos uma estrutura fora do lugar por muito tempo, como uma articulação por exemplo, teremos o desenvolvimento de uma cadeia de lesões, como uma escoliose, uma tendinite, uma bursite, etc. O último princípio (5) da osteopatia é a Lei da Artéria de Still, que diz que para que tenhamos uma estrutura saudável e que funcione corretamente, necessitamos que estas estruturas recebam uma boa quantidade de sangue naturalmente. Se a região parar de receber sangue ou for mal irrigada por algum motivo, haverá um acúmulo de toxinas e um processo inflamatório se instalará no local, trazendo sintomas como peso, cansaço e dor.
    Dessa forma, encerro a apresentação da Osteopatia. Espero que com essas explicações eu tenha clareado um pouco o seu entendimento sobre a técnica.
   Nos próximos posts irei trazer situações clínicas e como a aplicação desta técnica pode ajudar nesses casos. Um forte abraço e até a próxima.
Att.
Dr. Eduardo Antonietto




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Boas Vindas!!!

Olá a todos. Quero dar boas vindas a todos que visitam meu blog. Através dele irei passar um pouco do conhecimento que adquiri nos quatro anos de faculdade e sete anos de formado até aqui, mas antes quero apresentar-me. Me chamo Eduardo Antonietto, tenho 30 anos, sou fisioterapeuta graduado pelas Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul/SP, Especialista em Fisioterapia Hospitalar - título adquirido junto ao Hospital das Clínicas e à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Pós-Graduado em Osteopatia e Terapia Manual junto à Faculdade de Educação Física e Fisioterapia de Jacarezinho, pela Universidade Estadual do Norte do Paraná; Mestre em Ciência pela Universidade Estadual Paulista. Atualmente sou professor da disciplina de Anatomia pelo SENAC na cidade de Araçatuba/SP. Nesta cidade tive minha própria clínica por 4 anos, onde o "carro chefe" dos meus atendimentos foi a terapia manual e osteopatia mas, sonhando em ter a carreira de docente e pesquisador caminhando e fazendo parte da minha vida profissional, decidi por fechá-la e cursar o mestrado. Hoje, este sonho está parcialmente completo pois, como disse acima, já sou docente. Resta-me ainda cursar o doutorado para eu chegar onde almejo e, com as bençãos divinas, chegarei lá. A partir das próximas postagens escreverei artigos onde trarei situações patológicas de dores na coluna e demais regiões pelas quais todos já passaram e, aqueles que ainda não passaram, infelizmente passarão um dia, com certeza.
Abraços e até a próxima.
Att.
Dr. Eduardo Antonietto